A Quinta de la Rosa não pára. Depois da inauguração do restaurante há cerca de um ano e do lançamento de uma linha de cervejas artesanais, foram recentemente apresentados, em Lisboa, os novos vinhos tranquilos, isto é, não fortificados.
A La Rosa foi uma das primeiras quintas a fazer estes vinhos, no início da década de 1990, com o apoio enológico do David Baverstock (há quase 30 anos a trabalhar no Esporão, onde é o actual director da enologia). A direcção da quinta pertence a Sophia Bergqvist, que tem o apoio do pai Tim (um dos vinhos provados tem o seu nome e é uma homenagem), do irmão Philip e do filho mais velho Kit Weaver. Jorge Moreira é o enólogo e o principal apoio/suporte dos vinhos da quinta (vim a saber que é ele que também colabora na feitura dos lotes da cerveja). Vamos, então, aos vinhos provados:
La Rosa branco 2017, foram feitas 17 500 garrafas, preço 7€, 12,5% de álcool, acidez total 5,3 g/l, pH de 3,37. Castas: predominância de Viosinho, Códega do Larinho, Rabigato e Gouveio. O vinho ainda tem as notas aromáticas de frutos tropicais muito vivas, mas bebe-se com agrado. É um vinho de inox, fresco a pedir pratos leves e dias mais quentes.
La Rosa Reserva branco 2017, foram feitas 15 000 garrafas, preço 11€, 13% de álcool, acidez total 5,6 g/l e pH de 3,8. Castas: Viosinho e uvas de vinhas mais velhas. Parte do vinho (20%) foi estagiado em barricas de carvalho francês de 500 litros. Boa intensidade aromática, fruta madura, frescura, algum tropical. Notas de madeira muito discretas que envolvem o vinho e possibilitam um conjunto final muito agradável.
Tim branco 2017, foram feitas 4000 garrafas, preço 40€, 12,5% de álcool, acidez total 6,62 g/l e pH de 3,13. Castas: Viosinho Gouveio e Arinto. Este vinho é proveniente de uvas de vinhas velhas e é uma homenagem ao pai de Sophia. Está bem estruturado, mas só ganhará se for convenientemente guardado por um ou dois anos.
La Rosa rosé 2017, foram feitas 6600 garrafas, preço 7€, 13,5% de álcool, acidez total 5,0 g/l e pH de 3,50. Castas: Vinha velha (40%), Touriga Nacional (30%), Tinta Roriz (20%) e Touriga Franca (10%). É um vinho de sangra, mas os 13,5€ de álcool não pesam. Se o bebermos entre os 10 e os 12º, com o copo tapado, a primeira impressão é que se trata de um branco, mas depois o ADN do tinto sobrepõe-se. Um rosé muito agradável para acompanhar comida.
La Rosa tinto 2016, foram feitas 120 000 garrafas, preço 10€, 13,4% de álcool, acidez total 5,1 g/l e pH de 3,63. Castas: Touriga Nacional (60%), Vinha Velha (15%), Touriga Franca (12%), Tinta Roriz (8%) e Sousão (5%). Parte do vinho passou por barricas usadas. Tem a fruta muito viva, boa concentração. Ligeiro fumado, que lhe dá graça,. É um vinho delicado, que fará boa figura à mesa.
La Rosa Reserva tinto 2016, foram feitas 11 000 garrafas, preço 28€, álcool n.d., acidez total n.d. g/l e pH n.d. Castas: Touriga Nacional (60%) e mistura de castas provenientes de Vinhas Velhas (40%). Esta colheita foi provada ainda sem estar engarrafada, mas já está pronta para isso. É um vinho muito complexo, fruta com o floral da Touriga a marcar o conjunto. Boa madeira e belo final de boca.
La Rosa Porto Vintage 2016, foram feitas 10 000 garrafas (375 ml), preço 50€, 19,8% de álcool, acidez total 4,8 g/l e pH de 3,6. Castas: Vinhas Velhas, Touriga Nacional, Touriga Franca e algum Sousão de “letra A”, provenientes dos mais antigos patamares da Quinta de la Rosa.
QUINTA DAS BANDEIRAS :: TORRE DE MONCORVO :: DOURO SUPERIOR
Foram também provados dois reserva, um branco e um tinto Passagem, que provêem da Quinta de Bandeiras, uma propriedade de 100 hectares localizada no Douro Superior na margem direita do rio e perto do Pocinho, em frente ao famoso Vale Meão, propriedade de onde, durante muitos anos, saíram as uvas para fazer os famosos Barca Velha. A Quinta das Bandeiras foi comprada pela familia Bergqvist (Quinta de la Rosa) em 2005, o vinho é uma aventura conjunta entre o Jorge Moreira (Poeira) e a familia Bergqvist.
Passagem Reserva branco 2017, foram feitas 5200 garrafas, preço 11€. Castas: Vinhas Velhas, com predominância de Viosinho, Gouveio, Rabigato e Códega do Larinho. As uvas fermentam com as películas durante 2/3 dias e só depois vão para a prensa. Tem classe, não é muito exuberante, com fruta branca e um final a lembrar pêra. Um belo vinho branco.
Passagem Reserva tinto 2016, foram feitas 10 000 garrafas, preço 16€. Castas: Touriga Nacional (70%), Touriga Franca (25%) e Sousão (5%) As uvas são provenientes de vinhas plantadas em 2005, é um vinho mais jovem, mais raçudo, tem os taninos mais presentes e notas de especiarias. Estagiou em barricas de 220 litros.