De acordo com os dados Nielsen relativos ao primeiro trimestre de 2018 os vinhos da Região Demarcada do Tejo registaram um aumento de 26% quer em vendas, quer em valor em relação ao período homólogo de 2017. É de apreciar o terreno que os vinhos daquela região têm conquistado nos últimos tempos, o que se deve não só à tremenda melhoria dos trabalhos feitos na vinha e na adega, mas também à Comissão Vitivinícola da Região do Tejo, que tem boas razões para sorrir.
Esse aumento verificou-se quer na distribuição (garrafeiras, mercearias e supermercados), quer na restauração. Outro dado mostra que os vinhos certificados estão a ganhar terreno aos vinhos não certificados (chamados vinhos de mesa, muito dele importado a granel do estrangeiro e vendido maioritariamente em bag-in-box). Isto significa uma mais valia, quer para os agentes económicos, quer para o consumidor, que assim tem a garantia que está a beber vinhos da região, com selo de autenticidade e qualidade.
Face ao período homólogo de 2017, o primeiro trimestre de 2018 conduz a um aumento de 26% no total de vendas em litros (Distribuição + Restauração) dos Vinhos do Tejo, contrariando a tendência do mercado nacional que se encontra no negativo com -0,4% no total de vendas em litros (Distribuição + Restauração). Ao dividirmos esse total positivo referente aos Vinhos do Tejo por parcelas, a Distribuição assinala uma subida de 17,4% e a Restauração um acréscimo de 45,7%, números que ficam muito além do panorama nacional ditado por -2,0% na Distribuição e apenas 4,4% na Restauração.
Se esmiuçarmos as vendas em valor, o resultado inerente aos Vinhos do Tejo continua a ser bastante positivo quando comparado com o mercado nacional em geral. Ou seja, a soma da Distribuição com a Restauração perfaz um total de 20,3%, valor superior aos 2,6% apresentados pelo total de vendas em dinheiro do mercado nacional face ao período entre Janeiro e Março de 2018. Os dois dígitos permanecem na coluna dos Vinhos do Tejo na parte da Distribuição, com 17,3%, bem como da Restauração, com 24,2%. Os três valores respeitantes aos Vinhos do Tejo testemunham, uma vez mais, uma subida digna de registo.
É verdade que durante muitos anos a Região Tejo (antes chamada de Ribatejo) era sinónimo de vinhos de má qualidade, Nos últimos anos não só nos cada mais produtores de quinta, mas também nas adegas cooperativas que se mantiveram em laboração, a qualidade subiu estrondosamente e hoje os vinhos do Tejo têm uma enorme qualidade. Por isso, estes valores muito mais acentuados do que nas outras regiões, são perfeitamente compreensíveis.
*Fotos de Gonçalo Villaverde