LADO MAIS CRIATIVO DA POÇAS NOS VINHOS “FORA DA SÉRIE”

Aos três vinhos da Poças “Fora da Série”, Lagar das Quartas 2021, Plano B 2021 e Nativo 2020 juntaram-se três novas colheitas de vinhos já conhecidos, Acrobata 2021, Orange 2021 e Vinho da Roga 2020, constituindo as seis apostas deste projecto inovador, desenvolvido pelo enólogo André Barbosa. O facto da Poças possuir 3 quintas no Douro, uma em cada sub-região (Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior) permite que se obtenha uma boa complementaridade nos vinhos.

Tivemos oportunidade de provar as seis propostas:

Lagar das Quartas 2021 (PVPR 20€): vinho produzido a partir de uma parcela com mistura de uvas tintas e brancas da Quinta das Quartas, no Baixo Corgo. Aroma com notas vegetais e frutos vermelhos. Delicado na boca, fresco e saboroso. Pouco alcoólico (12,2%). Pede comida. Segundo Pedro Poças Pintão, CEO da Poças, este é um dos perfis dos futuros vinhos do Douro.

Plano B 2021 (PVPR 20€) Um blend de Gouveio e Rabigato do Douro Superior (12,2% de álcool). Primeiro experimentaram vinificar as castas em separado e não gostaram. Experimentaram a vinificação em conjunto e daí o nome, o tal plano B. Grande acidez, muito fechado, notas cítricas muito marcadas. Vinho para guardar por mais algum tempo.

Nativo branco 2020 (PVPR 20€). Produzido a partir da casta Moscatel, tem 11,7% de álcool, não é nem um colheita tardia nem um porto branco. Tem notas doces, amargas e salgadas. Não é um vinho de consenso geral, mas é perfeito para acompanhar um escabeche pouco avinagrado, um patê ou um crumble de maçã, por exemplo.

Para além das três novidades, o Acrobata 2021 (PVPR 28€), com 12,5% de álcolol é produzido a partir das castas Códega, Arinto e Rabigato. Bom volume de boca, acidez crocante, com taninos suaves. Envolvente,

bastante seco e fresco. Ideal para acompanhar queijos gordos ou curados, peixe fumado e cogumelos. O seu nome deve-se às acrobacias feitas durante os processos para criar este vinho. O desafio foi preservar um pouco de flor, mantendo simultaneamente o perfil aromático do Arinto. Bom equilíbrio entre o perfil oxidativo de estágio prolongado e a frescura de vinhas de altitude. O Orange 2021 (PVPR 20€) branco de curtimenta (11,3% de álcool), produzido a partir das castas Arinto e Códega, é um vinho fresco e aromático, tanino equilibrado, notas de fruta e de pinheiro, bom volume de boca, seco e mineral. Um belo vinho no seu estilo. O Vinho da Roga 2020 (PVPR 20€) é um tinto de verão bastante versátil (12,4% de álcool) com Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz. Perfil fresco, com notas de groselha e cereja, taninos ligeiros. Nasceu de um desafio lançado ao enólogo André Barbosa: criar um vinho para a roga (equipa de vindimadores) da Poças. É um vinho que se bebe com imenso prazer.


Quinta do Pessegueiro vence Concurso Tomate Coração de Boi do Douro

O ano está a ser difícil para o bom desenvolvimento do Tomate Coração de Boi do Douro. Mesmo assim, não faltaram à mesa do concurso excelentes exemplares. À festa do melhor tomate da campanha 2022 juntaram-se especialistas para falarem sobre a sua valorização e contributo para o desenvolvimento sustentável da região.

Na V Edição do concurso Tomate Coração de Boi do Douro, que teve lugar na Quinta de Nápoles (Niepoort), no último dia 26 de agosto, no primeiro lugar, classificou-se a Quinta do Pessegueiro que conquistou 3,78 pontos escala do 0 a 5), em segundo lugar ficou o projeto de horticultura familiar Tanque Science & Wine, que obteve 3,69 e em terceiro , a Quinta da Manoella, dos vinhos Wine & Soul, ~que obteve 3,58 pontos.

“Estávamos expectantes quanto ao tomate que iria ser apresentado a concurso, dadas as condições adversas do ano. Verificamos, efetivamente, menor qualidade média, mas os melhores tomates estiveram ao nível dos anos anteriores”, sintetiza o presidente do júri do concurso, Francisco Pavão.

Por um selo de qualidade

A festa que se seguiu à prova do júri, nos jardins da Quinta de Nápoles/vinhos Niepoort, integrou um debate sobre os produtos endógenos do Douro, a sua valorização e importância na promoção e sustentabilidade do território, momento promovido em parceria com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).

“É com muito entusiasmo que nos associamos a este evento, no âmbito dos 20 Anos do Douro Vinhateiro Património Mundial “, começou por referir Célia Ramos, vice-presidente da CCDR-Norte, lembrando também os desafios que a região tem pela frente, nomeadamente de adaptação às alterações climáticas: “A inteligência do Douro vai passar pela diversificação dos produtos agrícolas” e “complementaridade da vinha com outras culturas”.

Ana Maria Barata, coordenadora do Banco Português de Germoplasma Vegetal, viu o Concurso do Tomate Coração de Boi do Douro como uma excelente forma de “valorização de um produto endógeno da região” e lembrou que o banco de sementes que dirige tem uma vasta coleção de sementes de tomate, 25 por cento das quais de Tomate Coração de Boi de várias regiões do país. No final, deixou um desafio: “Seria interessante avaliar a qualidade das sementes de que dispomos, até para se poder dar o salto e trabalhar na qualificação deste material, no seu reconhecimento e criação de um selo de qualidade do Tomate Coração de Boi do Douro”.

Com forte ligação à região, Teresa Andresen, arquiteta paisagística e engenheira agrónoma, recordou as cestas que chegavam de comboio ao Porto com as frutas e hortícolas dos “jardins secretos”, a que se acedia “por uma portinha” que representava o acesso “àquele paraíso” dos sabores do Douro. “Dizíamos sempre, e bem, que não há fruta como a do Douro”, sublinhou.

Nem só de vinho vive o Douro, lembra por fim António Monteiro, assessor da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte, recordando os escritos do Visconde de Vilarinho de São Romão sobre os diversos produtos da região, incluindo o Tomate Coração de Boi. A riqueza de variedades de frutos e legumes no Douro está documentada, concluiu, podendo servir de apoio a atividades alternativas à vinha e de valorização da biodiversidade e sustentabilidade da região.

A moderação da conversa ficou a cargo do jornalista e curador do projeto de valorização do Tomate Coração de Boi do Douro, Edgardo Pacheco.


II edição do Concurso Tomate Coração de Boi do Douro na Quinta de La Rosa

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O Tomate Coração de Boi do Douro vai ser alvo de uma festa que visa a sua promoção e proporcionar um melhor conhecimento das diversas valências da região, promovendo-se o vinho, o território, o turismo e as gentes locais. Esta segunda edição, alargada em relação ao ano passado, apresenta a novidade de levar o tomate coração de boi à mesa de restaurantes referenciais do Douro e vai também promover um concurso de fotografia. No dia 18 de Agosto na Quinta de La Rosa, no Pinhão. Ler Mais